sexta-feira, 21 de setembro de 2007

U2 me traz dores antigas
Me maltrata
Não desligo o rádio;
A dor é como um vírus:
Se não expulsar contamina
Três dias para curtir
Três dias inteiros
E nada para fazer
Ninguém para encontrar

Ontem saímos, foi bom
E ponto.
Continuo só e estagnada
As pessoas vão, e eu fico
Ah, se elas soubessem
Que o vazio que eu sinto
Dilata minhas dores
Até as veias saltarem
Até o estômago doer mais

E tudo se transforma
Num acorde agúdo
Ou fermata – aquele silêncio
Breve
Que parece eterno

Olho para o meu corpo
E percebo que é uma engrenagem
Parada
Uma peça nunca usada
Enferrujada de chuva.

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