terça-feira, 28 de março de 2023

Trago algumas saudades
Nos bolsos
E no canto do olhar

Vejo-as empilhadas no cesto de roupa suja
No rejunte do piso
No cansaço diário 

Busco-as no espelho do banheiro
Entre as gotas da ducha de banho
Nas minhas linhas de expressão

Tento lavá-las com detergente e bucha
Arrancá-las com fio dental
Varrê-las, mas elas espalham-se
Por todo o chão...

Meu viço se dissipou
Com o vento da tarde
Evaporou-se no sol da manhã
Assustou-se com meus monstros noturnos

Já (ainda?) não sei
Quem sou
Neste verso torto
Rabiscado
Que é a vida

Quisera
Quimera
Que merda.

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