quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Escuto o fio,
teço o que ele me conta - dores, amores...

Enfio as mãos nas fibras
- o tato me serena, me restaura -
Com agulha alinhavo os sonhos
Desenho poesia têxtil,
afogo incertezas em tramas complexas,
clono formas como um mantra concreto
Na intenção de me libertar
Do medo que é brincar na corda bamba da vida

Ensaio pontos, entrelaço os dias
À beira da linha tênue da realidade

Que benção ter a habilidade de criar teias
Tecer destinos
Destecer enganos
E no fim do dia me proteger do frio
Que faz lá fora.

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