Abro os olhos
E estou de volta nessa merda de sala
Escura,
Cheia de pó,
Umidade...
Isso parece não sair de mim
Eu respiro com dificuldade
Eu ouço perturbada os gritos silenciosos que nunca dei
Me pergunto até onde eles alcançariam atirados pela dor
Esses sentimentos
Essa lágrima na linha d'água que teme saltar
Quantas vezes mais aguento abrir os olhos e estar aqui?
Quanto mais posso esperar
Até minha mente fodida encontrar meu coração?
Há portas, muitas portas...
Me perco nelas
Como Alice caindo em buracos de coelho
Como um sonho ruim
Do qual não posso acordar
Meu corpo vai se esvaziando de vida
A cada dia nos entendemos menos
E ele me condena aprisionada em sua fragilidade
Não suporto mais sentir o cheiro pútrido
Da realidade
Essa trip não tá legal
Essa vibe é a mesma desde sempre
Eu olho para os homens e me apiedo de ser um deles
Perdidos em nossos sonos profundos
Encenando exaustos ilusões vendidas entre um gole e um cochilo.
Pintar as paredes não vai tornar esse lugar amigável
Quero descascar esse verniz e finalmente ver o que tem por debaixo
Esse looping infernal cessará em algum momento?
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