segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dois

É uma imagem comum através da janela
Vista por um passante qualquer...
Entretanto, o mais atento verá
Que além da corriqueira e fumegante xícara de café
Despontam neuroses e apoteoses

Essa não é uma poesia romântica, como acostumou-se, leitor

Descasque um pouco esse verniz e
Em cima da mesa estarão vísceras e coração

Essa não é uma história de enlace
É um punhado de entrega misturado ao horror
De estar pendurado à beira do abismo
Vai além do romance para adiante do "felizes para sempre"

Sinta aqui a agonia de estar esmagado por um rolo compressor contra a parede
E a delícia de construir algo novo num terreno totalmente selvagem
Engula seus julgamentos e deguste as nuances da ousadia
Da coragem de ser diferente a cada amanhecer
De sentir o sal da lágrima e achar doce
De agradecer por não sentir tédio e ser melhor do que era antes

Pode não parecer, mas essa, caro leitor, é a melhor poesia!

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