domingo, 27 de maio de 2012


Depois de você
nenhuma paixão valeu a pena.
A cerveja perdeu o gosto,
maio é um mês triste,
as tatuagens são cicatrizes.
Depois de você
eu perdi o prumo,
fiquei anjo caído,
assim meio torto.
A poesia ficou sem coração,
porque este ficou com você.
O peito às vezes faz um barulho
estranho,
penso que vou morrer,
mas dizem que nessa vida
de amor ninguém nunca morreu.
Não que eu saiba.
Daí
penso que se morte
não é minha sorte,
devo continuar por aí,
com o peito oco
sem um amor louco que me deixou sem rir.
Ando, ando pelo asfalto
o andar incauto de quem medo não mais tem.
Como o pão que o chifrudo amassa
todo dia
e quando anoitece
minh'alma reclama da fome de você.
Eu não sei que é que acontece,
que não é atendida nenhuma prece pra eu ficar com você.
Acho que Deus fala baixinho
que não é meu caminho todo esse fuzuê.
Mas eu não ouço.
Sei não se porque
coração apaixonado é burro e gosta de sofrer.
Ou se é porque sofrendo
amo mais que quando amei
pela primeira vez.

Originalmente publicado no blog http://vidde-bula.blogspot.com.br/, em 6 de novembro de 2010.

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