sábado, 6 de outubro de 2007

Feridas acesas
Em dias quentes
Em dias felizes...
Alheios...
Esses dias horríveis
Quando o que dói mais
É a presença de alguns
Que a ausência de outros

Com os olhos encharcados
De tanto chorar
O que ninguém entende:
Viver em dor
Sufocando o grito
Enforcando a paciência
Encostando a navalha
Na garganta do medo
E da solidão
- Essa andarilha insolente -

Há de ter calma
Para não furar os olhos
Do amor
Há de ter jogo de cintura
Pra não deixar que a onda
Te leve
De leve
E você nem perceba
Que o mar aberto te devora

Não há nada que possa doer mais
Que um cálice de descaso
Que um gole de indiferença
Que toda essa desavença
Não há rachaduras na sua parede
Não há cores tristes no seu quarto
Mas você chora

Recolho-me a minha insignificância
Rezo baixinho
Peço em delírio
Para que me abandonem
Essas plantas enroscadas em minhas pernas
Essas sanguessugas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bebo Dostoiévski
Como quem engole
Uma caixa de comprimidos ....

Gostei muito dos teus poemas ... encontrei o link no orkut ,,, também usso a literatura como remédio para todas as minhas enfermidades ...

abraços ...

www.monalisabudel.blogspot.com

Vou acrescentar teu blog nos meus feeds e no meu blogroll

Mário Liz disse...

eu até ia escrever algumas palavras ... mas este poema sufocou-me de tal maneira que ...