domingo, 1 de julho de 2007

Não é uma esperança:
é a voz de alguém clamando
sempre que espero que algum anjo fale.
Não sou ninguém, sentada neste espaço
entre espelhos do mar e os penhascos
do coração.
(Se eu me lançasse deles, enrolada
nas tantas frases que formei na vida?)


No mar-espelho fui jogando todas
as máscaras sem olhos
que me guardavam no avesso, e me vestiam.
São delas essas mãos que agora emergem
do mar, do sonho, da memória,
e ao meu pescoço amarram suas tranças
para me levar.



Lya Luft

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