segunda-feira, 2 de julho de 2007

Já me acostumei a este estado
Aos trapos imundos - os quais
me condicionei.
Já não sinto aquela dor
Tal anestesiada está minha carne
Fico no meio do mundo
Envolta em meus panos e medos
Pra ver quanto resisto a eles,
Ou se eles resistem a mim
O amor é gris, eu sei
E quão patético não seria
Se tão outonal não fosse...
Bebo minha solidão aos goles
Tão morna que me aquece;
Enquanto não expele chispas
Num incêndio louco
Que comove meus sentidos
E faz zunir meus ouvidos
É de certa serventia...
Sirvo-me da tristeza aparente
Acompanhada por um punhado qualquer
De arroz-selvagem;
A "casinha" me chama
E eu preciso libertar essas pessoas
Esses espectros que vivem a arranhar
Minhas entranhas
Pois quando tento vomitá-los
Engasgo com nova façanha
De um destino matreiro
E me vejo encolhida
A um canto, na terra batida.

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