É que ando em frangalhos
Farrapos e fiapos
Fazendo das tripas
Coração
Como dizem
A solidão
Da experiência humana
Pode ser desoladora
Como as fibras da minha carne
Que se esfacela
Diante do inexorável tempo
Ou meus distintos desejos
Borrados pelas angústias
De agora
Há momentos em que
As palavras
Se tornam vazias
Nada dão conta
De exprimir
O horror
A dor
O cansaço...
Já não vivo;
Remendo a pele esgarçada
Da minha vontade
Costuro um dia no outro
Bordados por intempéries
Alinhavados pela frágil linha
Da valentia
Meus brocados se arrebentam
Uma a uma,
Escorrem pelo chão
Todas as contas
- ou seriam meus planos de vida?
Sigo tecendo um lado
Enquanto desfaço outro.
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