segunda-feira, 12 de junho de 2023

Tenho um lado caído
Desabado
Como os bêbados
As putas 
Os desvairados

Tenho um quê
De desespero
No canto do olho
Um peso na respiração 
Uma dor lancinante
Na boca do estômago 

Sou almada marginal
De uma vida ilhada
Na multidão de insensibilidades
Sou bruta até lá no fundo
É a superfície que me entrega
Estraga
Esfrega essa fragilidade
Bola de algodão 
Pena de faisão 
Bolha de sabão.

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