quarta-feira, 3 de maio de 2023

Mas, ah, como me dói
Essa troca de pele
Emerge
O féu e a ferida
Cada vez que desço mais
Enveredo nessa senda
Escorrego como peixe
Por essa vala escura
Carrego toneladas de cansaço
E quilômetros de insatisfação 
Meu tempo é escasso
Minha poesia caos
Meus olhos grudam 
Nesse gelo transcendente 
Que me prende 
Em uma contínua metamorfose
Na obscura solidão do ser
A secreta passagem
Um reflexo que tenta captar
Além do que se vê
Um rever
Levantando a pele de prata
Reverso de sí
Para descobrir
Por trás
A luz.

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