domingo, 14 de agosto de 2022

Vê?
É vazio,
O amor
Não está 
Aqui.
Ele
NÃO ESTÁ AQUI AGORA!

O amor
Não é uma entidade
Onipresente

Não é o que permeia tudo,
Ele é
Por meio de nós

Se faz presente
Nos pequenos atos
Diários 
É como planta
Que a gente água
É emanação 
Do alimento
Que ofertamos
Nós, amantes

Contudo,
Sem amar,
O amor não pode
Estar
E sem estar
Não nos amamos
Mas furamos
Uns aos outros
Com nossos espinhos
Pontiagudos
Cegando de rancor
Na pequenez de
Nossa existência
Na mediocridade
De nossa prepotência

Ouve!
O amor,
Ele não está aqui

Agora
Ausente
O vazio crescente
Da tua alienação 
Incha entre nós

Não me toque
Não é de coração 
Não segure minha mão
Pois
O amor
Aqui não está

Seu toque é
Raiva
Medo
Tristeza
Não é amor
É de bile

Não se atreva
Me tocar
Sem a presença
Do amor!

Sente...
Não 
Não há
Sequer
O aroma do amor...
O cheiro é da carniça
Da tua indiferença diária 

Não ouse
Me falar de amor
A palavra chega à boca
Como uma golfada:
É de fel
Essa palavra
Um veneno pérfido 
Daquele que bebe
Na taça do orgulho
E come
O pão da escassez
Sentado
Esmagando
O amor.






Nenhum comentário: