É vazio,
O amor
Não está
Aqui.
Ele
NÃO ESTÁ AQUI AGORA!
O amor
Não é uma entidade
Onipresente
Não é o que permeia tudo,
Ele é
Por meio de nós
Se faz presente
Nos pequenos atos
Diários
É como planta
Que a gente água
É emanação
Do alimento
Que ofertamos
Nós, amantes
Contudo,
Sem amar,
O amor não pode
Estar
E sem estar
Não nos amamos
Mas furamos
Uns aos outros
Com nossos espinhos
Pontiagudos
Cegando de rancor
Na pequenez de
Nossa existência
Na mediocridade
De nossa prepotência
Ouve!
O amor,
Ele não está aqui
Agora
Ausente
O vazio crescente
Da tua alienação
Incha entre nós
Não me toque
Não é de coração
Não segure minha mão
Pois
O amor
Aqui não está
Seu toque é
Raiva
Medo
Tristeza
Não é amor
É de bile
Não se atreva
Me tocar
Sem a presença
Do amor!
Sente...
Não
Não há
Sequer
O aroma do amor...
O cheiro é da carniça
Da tua indiferença diária
Não ouse
Me falar de amor
A palavra chega à boca
Como uma golfada:
É de fel
Essa palavra
Um veneno pérfido
Daquele que bebe
Na taça do orgulho
E come
O pão da escassez
Sentado
Esmagando
O amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário