Abrindo meu corpo com bisturi
Com o coração no chão
Examinando cada artéria
Sentindo a pulsação
Quando o sangue
- sempre ele -
Transbordou
Como uma inundação
Toda dor
Desaguou...
Ele fechou a torneira
Com um abraço
Estancou
Não o culpo
A impossibilidade de dar conta
De lançar uma boia sequer
É um direito dele
Há de haver um tempo
Bom
Para desaguar esse pranto
Revelar esse processo
Talvez
Não hoje.
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