quarta-feira, 6 de julho de 2022

Eu estava ali
Abrindo meu corpo com bisturi
Com o coração no chão
Examinando cada artéria 
Sentindo a pulsação 
Quando o sangue
- sempre ele -
Transbordou
Como uma inundação 
Toda dor
Desaguou...


Ele fechou a torneira
Com um abraço
Estancou

Não o culpo

A impossibilidade de dar conta
De lançar uma boia sequer
É um direito dele

Há de haver um tempo
Bom
Para desaguar esse pranto
Revelar esse processo

Talvez
Não hoje.


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