Há algo no escuro da floresta que me chama
O fogo a crepitar me convida a adentrarSigo guiada pela luz das estrelas e da lua
Olhos vendados
Outros sentidos apurados
Enrosco os pés nessa relva
Sinto as raízes entrelaçadas e os troncos com suas cascas descolando
Há algo atrás de mim?
Por detrás de mim?
Respiro
Ouço o barulho dos animais que não dormem
Eles me chamam a dançar
E meus olhos enxergam no breu de mim
As belezas de sagrado que transcende o palpável
Faísca
A fumaça me liberta
Sou etérea
Meu ventre uma cuia que recebe
O alento em mim
Minha espinha serpenteia
Meus cabelos são ondas do mar
E trazem perfumes que eu quero conhecer
A velha ri
Acha graça
Mergulho em suas ervas
Folhas densas que me envolvem
Como emplastro
Durmo ali
Qual lagarta em seu casulo
Sonho vidas e alegrias
Oro sobre a ponta do cristal
Sobre minhas irmãs varridas
Gotejo meu lamento para extinguir a mágoa
E florescer o novo mundo.
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