sábado, 3 de junho de 2017

Um instante já não mais é
De todo movimento
Brota o novo instante
Que também não mais é
E se foi
Nos resta apenas ser novo em folha
De novo e de novo e de novo

É impossível captar um instante
Conquanto sua essência permaneça em nossa memória
Assim como as notas de um perfume
Que ao sair pela boca do frasco
Jamais poderão ser engarrafadas novamente
Estando vivas d'algum modo misterioso
Porém acessível
Em nossas mentes
Ou como as fotografias que captam a imagem do momento e nos lembram do que sentimos, mas nunca nos permitirão reviver concretamente o próprio momento

Recriar os instantes
A partir dos distantes idos dias
Seria façanha de máquina do tempo

Todos sabemos o gosto que tem um limão
Ou um beijo
'Inda que os limões venham do mesmo limoeiro
E os beijos sejam da mesma boca
Nada pode ser tão igual que não seja novo.

Dito isso, a fugacidade do instante
É sua maior riqueza e
Reinventá-lo
Nosso maior desafio

Há coisa mais bela que a possibilidade de criar um novo instante?

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