Foram muitas as vezes que morri
Morri demais, estive mortinha
Sem dor, alegria ou esperança
Até ela morreu
Morreu comigo, abraçadinha
Debaixo do breu da noite
Do pó do tempo
Que me arrastou o corpo pelo asfalto sem dó
Não me tomou de assalto, essa morte
Veio toda manhã, pôs o Sol,
Cobriu o céu de púrpura
Diante de minhas pupilas dilatadas
Morrer em vida dói
Agonia ácida que corrói
Morrer de dia
Sem renascer
Só morrer
Repetidas vezes, sem fim...
Essa morte ainda lateja nalgum lugar de mim
Ai! Só esperando meu lado de lodo e sangue escorrer pela vala do meu próprio esquecimento.
Dorme esperando, Dona Morte...
Aqui só se vai o que precisa cair
Todo véu há de sair
Renascendo, estou, em águas claras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário