sábado, 4 de fevereiro de 2017

Foram muitas as vezes que morri
Morri demais, estive mortinha 
Sem dor, alegria ou esperança
Até ela morreu
Morreu comigo, abraçadinha
Debaixo do breu da noite
Do pó do tempo
Que me arrastou o corpo pelo asfalto sem dó

Não me tomou de assalto, essa morte 
Veio toda manhã, pôs o Sol,
Cobriu o céu de púrpura
Diante de minhas pupilas dilatadas

Morrer em vida dói
Agonia ácida que corrói

Morrer de dia
Sem renascer
Só morrer
Repetidas vezes, sem fim...

Essa morte ainda lateja nalgum lugar de mim
Ai! Só esperando meu lado de lodo e sangue escorrer pela vala do meu próprio esquecimento. 

Dorme esperando, Dona Morte...
Aqui só se vai o que precisa cair
Todo véu há de sair 

Renascendo, estou, em águas claras.

Nenhum comentário: