sexta-feira, 19 de junho de 2015

Poesia Póstuma

Se eu soubesse que a nuvem
era passageira
tinha dado carona sem medo nenhum

uma gota de chuva, uma gota de mar
bota um pouco de amor e deixa ferver
faz um chá pra essa dor
deixa ela passar...

Se eu soubesse que amor era um pássaro na janela
depois da chuva
e que ele anuncia sol e cheiro de mato
tinha deixado ele entrar pra cantar esse pio no meu
travesseiro muito antes...

deixava ele quentinho no meu ninho
pegava no violão
e acompanhava essa doce melodia do coração.

Se eu soubesse sonhar bem sonhado
tinha aberto os braços e me jogado nessa vida

ousadia

ousa noite
sonha dor
eu era um bobo palhaço amargo a desperdiçar o sopro
rodopio de encanto sobre camadas de pó.

Ah, essa chama que vem do céu
que me diz que são raios matutinos
a me saudar
abro minha janela e tomo o fôlego
do primeiro dia de alegria
que se inicia hoje, amanhã e depois e depois...
Num looping de infinitas possibilidades em cada a-cor-dar.

No clarear desse céu
no vento, esse véu,
quero te abraçar e brindar
essa presença de amor doce
no tempo eterno ao redor de nós.

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