segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mesmo aberto, de sangue coalhado
e pisado, meu peito acostumado
ao vento frio da noite
não se importa. Há muito
não sente as dores que açoitam
a vida breve em meus olhos. Aprendi
que nem em oitenta anos as coisas
vão se tornar como eu gostaria.
Como eu efetivamente
esperava que fossem.

Não espero mais.
Faço meu caminho. Coloco
neles as pedras que recolhi
na senda. As mesmas que antes
me atrapalhavam e faziam tropeçar,
servem, hoje, de degrau.

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