sexta-feira, 13 de julho de 2007

Me deixem com meus dedos
Com meus medos
Que toda droga que consumo
Não é suficiente para aplacar a dor
Antes fosse insípida minha vida
Que sentir o fel e o gosto do sangue
Me maltrata

Se me perguntam que tenho eu
Pra tão infeliz assim ser
Solto aquela gargalhada nervosa
Carregada de mágoa
Aguda e ríspida
Se me tranco em meu mundo
E deixo a terra sugar
O veneno que escorre de meus olhos
A tristeza que evapora pelos orifícios
Para desabar novamente sobre minha cabeça
É porque sofrem por mim
E sofro por sofrerem por mim

É volúpia indizível esse flagelo
Desespero engarrafado
Para os momentos de solidão
Quando dou goles enormes
Para preencher o vazio
E a bolha de ar
Que sobe do estômago à garganta
Explode num soluço surdo
Mas você pode ouvir daí, não?

Agora, o corpo dormente
A mente dopada pela dor,
Anestesiada
Não sofre, não vive,
Engana
Sabota as horas
Dribla os flashes
Adianta as cenas
Os quadros da vida
Porém, esquece que os personagens
Não se movem além de seu tempo.

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