segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ele veio devagar
Passou a asa mansa
Em minha testa
Disse que eu era maior
Que aquela dor
Maior que intrigas
E mentiras perfumadas
Eu toquei aquela música
Com a voz mole e tragicamente
Afetada
Pelos goles excessivos
Do amor que tomei
Deixei meu corpo lânguido
Cair no tapete
E de lá pensei
Que de repente
Em algum lugar
Eu esqueci que o mundo
É grande
Que o sorriso é largo
Quando andamos de mãos dadas
Com os dias
Repletos de cores e sons
E meus pés viram
Seus próprios rastros
Impressos
Num caminho familiar
E meu coração se acalmou
Porque da imensidão sufocante
Não brotaram fadas fingidas
Mas mãos amigas.

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