De repente acordei
E percebi
Que do asfalto
Ao céu
Tudo era cinza
Folhas secas voando
Misturadas ao lixo urbano
Sol quente a me alucinar
Numa cidade vazia;
Na poeira desse concreto
Meus pés trocam passos incertos
Com essas almas indo e vindo
Não lanço raízes
Meus dias são de solidão...
Hoje acordei,
E me servi de leite e pouca fé
Não sei se me olham
Esses olhos
Por que têm pena
Ou se procuram encontrar
Alguém aqui
Eu olho fundo e não vejo
Mais que figurantes
Num sincronismo mórbido
De rotinas desenhadas
Arte final não superou
A idéia do rascunho
Mal rabiscado em sépia.
Um comentário:
"Hoje acordei,
E me servi de leite e pouca fé"
genial esse verso!!!! a idéia de amargura e ausência ... café sem leite ...
adorei o jogo fonético do "pouca fé"
abraços....
cada mais poetisa !
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