sábado, 20 de outubro de 2007

De repente acordei
E percebi
Que do asfalto
Ao céu
Tudo era cinza
Folhas secas voando
Misturadas ao lixo urbano
Sol quente a me alucinar
Numa cidade vazia;
Na poeira desse concreto
Meus pés trocam passos incertos
Com essas almas indo e vindo
Não lanço raízes
Meus dias são de solidão...
Hoje acordei,
E me servi de leite e pouca fé
Não sei se me olham
Esses olhos
Por que têm pena
Ou se procuram encontrar
Alguém aqui
Eu olho fundo e não vejo
Mais que figurantes
Num sincronismo mórbido
De rotinas desenhadas

Arte final não superou
A idéia do rascunho
Mal rabiscado em sépia.

Um comentário:

Mário Liz disse...

"Hoje acordei,
E me servi de leite e pouca fé"


genial esse verso!!!! a idéia de amargura e ausência ... café sem leite ...

adorei o jogo fonético do "pouca fé"


abraços....


cada mais poetisa !