sábado, 29 de setembro de 2007

Não pinto minhas unhas
De vermelho
Faz uma semana
Um mês, talvez
Esqueci o tempo
Desde que foi embora
Não sei se me olho
Se me esqueço
Da dor que não cessa
Do quarto sujo
Que me prendi
Não quero abrir a janela
E ver meu rosto modificado
Pelas porcarias que tomei
Meu corpo sujo de tristeza
As coisas no chão
Lavado de tanto chorar
Quero comer esse pó
Para ter um pouco
Do que restou.

Um comentário:

Mário Liz disse...

essa poeira toda eu divido contigo... e é justamente este pó que nos aguça a letra.

deste pó vc se fará novamente. e tb irá se desfazer nele e por ele.

é a regra da vida.

a nossa alma é este pó. um dia denso, outro dia ralo ...

mas é sempre assim ... sempre ela a nos governar. A alma.

E sempre com a mesma vestimenta: a poesia.


abraços grandes do amigo que lhe admira muito.

gostoso demais devorar sua poesia